Fotografia

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lá estava ela, sentada. Era alta, magra e tinha os cabelos curtos. Sempre vestia vestidos. Meu Deus, eram tão lindos os vestidos dela! Estava na varanda observando o movimento da rua. Se distraía, de vez em quando, com a fumaça do cigarro que se dissipava tão rápido quanto seus pensamentos naquela tarde. Era alva e delicada demais para o mundo. E sua alma era dilatada.
Isso aconteceu porque certa vez quando criança a mãe tinha lhe dado algo. Era um cravo. A mãe adivinhou seu gosto por flores. Ela tinha o cheiro suave. Seu olhar era de um furacão, sugava a gente para dentro dela. Gostava de se balançar na rede, mas só quando ninguém estava por perto. Pintava as unhas de um vermelho intenso, mas só as das mãos. Era professora e vivia só. Preferia casa mas vivia num apartamento. Não gostava de café. Morava no Parnamirim. Tinha cachorros e móveis. Era feliz.

Petit prince

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Capítulo XXI
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia – disse a raposa.
- Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui – disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? – perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa – disse a raposa.
- Vem brincar comigo – propôs ele. – Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa – disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui – disse a raposa. – Que procuras?
- Procuro os homens – disse o pequeno príncipe. – Que quer dizer “cativar”?
- Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. – Significa “criar laços”...
- Criar laços?
- Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidades de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidades um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender – disse o pequeno príncipe.
- Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
-É possível – disse a raposa. – Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra – disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito – suspirou a raposa.
Mas a raposa retomou seu raciocínio.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! – disse ela.
- Eu até gostaria – disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não te mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasse à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mas eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração...É preciso que haja um ritual.
- Que é um “ritual”? – perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também – disse a raposa.
- É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta – feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis – disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! Disse ele.
- Vou – disse a raposa.
- Então, não terás ganho nada!
- Terei, sim – disse a raposa – por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas.
- Sois belas, mas vazias – continuou ele. – Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem eu abriguei com o para–vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus... – disse ele.
- Adeus... – disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos...

Tempo

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Acho injusto deixar isso aqui tanto tempo juntando poeira, mas a vida pede muito que a mente esteja mais cinza que colorida. Quero mais horas no meu dia pra poder deitar na rede ou apenas jogar conversa fora...Mas, de uma certa maneira, a menina não morreu.

Pressentimento

sábado, 3 de outubro de 2009

Tenho a impressão de escrever pras paredes...

Réplica da réplica

domingo, 27 de setembro de 2009

-Sabe seu Juca, eu nunca tinha parado pra pensar sobre o quanto de nada nos invade a cada instante. Ordens, avisos, conselhos e mais uma par de asneiras que os outros tentam nos enfiar guela a baixo todo santo minuto, achando que somos algum tipo de reservatório das besteiras deles...
-Ora Pasquim, Não venha encher meu ouvido que ele não é penico!

?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tereza era uma mocinha simples, daquelas de dá pena até de olhar. Tinha nos olhos uma melancolia feliz. Era tão fina que cabia em qualquer lugar que a pusessem. Falavam "Tereza, vai pra cozinha" e Tereza ia. "Senta no banquinho ali no canto" e Tereza ia. Ai menina! Vestia sempre um vestido estampado com florzinhas miúdas, rosa, azul e amarelas, encardido de tanto tempo que fazia que tinha.
Mas a noite a menina sonhava... Era ela e seu mundo. Era ela em seu mundo. Era era não sendo tudo. Era só ela.

domingo, 30 de agosto de 2009

Hoje não tem texto meu, tem lenine falando de minhas coisas:

Crença

Eu só penso em você
Depois que eu penso em mim
E eu penso tanto em nós dois
Sei que é de cada um
E acho até comum
Pensar assim de nós dois

Vai que a gente pensa igual
E acho isso normal
O igual da diferença
Cada um, todo ser
Tem sua crença

Eu só penso em você
Depois eu penso em mim
E eu me confundo em nós dois
Sei quando viramos um
E aparece um
Que se mistura em nos dois

Vem não há o que pensar
Melhor achar normal
Viver a diferença
Pensa não, deixa assim,
Que a vida pensa

Tanto por viver, tento não jogar
Pra baixo do tapete essa poeira.
Tonto de você tento não pensar besteira.

Tanto por você, para o nosso bem
Às vezes fica um com e o outro sem
Seja como for somos nós e mais ninguém

O que eu quero de você
E você quer de mim
Nós decidimos depois
Eu só penso em você
E tenho aqui pra mim
Que você pensa em nós dois

Vermelho e azul

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Aparentava ser mais um tarde ordinária. Mesmo vento, mesmos rostos, mesma sensação de que havia tomado o caminho errado em alguma curva. Mariana desceu a rua que dava naquele café, tão habitualmente repleto do vazio que consome aos tragos a alma feminina. Cheio de conversas frias e gestos gélidos, de pessoas sedentas por algum pulso de vida. São vampiros.
Mas ela parece não se importar. Parece ser daquelas mulheres que derramam sua felicidade em cima da gente. Só que hoje não. Hoje não.
Senta, pede. Demora. Expresso pra viagem. Sai a esmo. Não quer pensar em nada. Não vê nem ouve nada. Mais a frente um banco. Senta novamente. Observa o movimento da cidade. Um murmúrio abafado. Tapa os ouvidos e sua respiração parece que se funde com o centro do universo.
O café acaba e, aquela Mariana, deixa uma menininha sentada ali, sozinha num banco da tarde. Só se sabe depois da mulher que se levantara, sem deixar mais rastro algum de seus raios de sol.

Título

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O começo é sempre difícil, mas eu me obrigo a continuar. A dor de parir um texto é inigualável. Até porque, como muitos pensam, o texto não se forma tão linear. Tão seco. É preciso certo grau de humidade e caos dentro de si. Há sempre um hiato, pausa ou como você queira chamar entre as linhas e entrelinhas. Cada palara que brota, cada fluxo de pensamento que jorra é sua identidade mixada com o coletivo.
E assim vai. Cresce, reproduz, realinha para conflitar. Eis o texto.

Autismo

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Desisto das pessoas.

I want say something

segunda-feira, 29 de junho de 2009


Eu não sou a mais bonita.
Nem a mais alegre.
Nem quem tem vários amigos.
Nem quero parecer perfeita.
Nem quero aplausos o tempo todo.
Nem um milhão de pessoas me admirando.
Não quero ter vários de relacionamentos fracassados para poder cuspir na cara de qualquer um que o amor não presta.
Não sou a mais inteligente.
Nem a mais divertida.
Só eu e meus defeitos.
Meu pé torto.
Minha timidez.
E meu coração que, por mais que eu não queira, insiste bater por você.
Saudades.
Te amo.

Neve

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Se vê, alguém.
Se vê? Alguém?
Se, ver alguém?
Ser e ver.
Ser alguém e ver.

Solução

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Problema chega. Fecha-se os olhos. Respira. Pisca. E cai na gargalhada. O que seria de nós se nos levássemos tanto a sério?

Mediocridade

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vanessa pintava os lábios lentamente, como uma pintura. Tinha o olhar fixo no trabalho meticuloso que realizava com ar distraído, daqueles que não se esforçam para serem abençoados pela graça de braços estranhos.
Era batom caro, de cor forte. Pagava todo mês na fatura do cartão a vaidade, desperdiçada em suaves prestações, sem entrada e sem juros. Vanessa era linda. E oca. E Complexa.
Vestiu o longo, sentou no sofá e esperou o noivo. Olhou para os pés. Seus dedos eram proporcionais. Tentou imaginar, de olhos fechados, seus rosto. Se viu como eram aos seis anos: banguela, toda suja de terra, pés descalços.
"Certa vez, um professor me disse que sempre lembramos da infância como algo feliz. Mas é porque achamos que não tínhamos preocupações naquele tempo. Como não? Será que aquela trela ou aquele tapa não eram para nós algo tão importante como as contas e relacionamentos mal resolvidos?" Ela se questionava.
Unhas roídas, esmalte descascado. "Logo mais ele chega e não dá tempo de ajeitar o estrago". O curioso é que agora não fazia mais diferença. Na verdade, nunca fez. Isso é sempre um truque pra enganar o tédio de estar vivo.

Alguma coisa sobre qualquer coisa

sexta-feira, 12 de junho de 2009


Música, sorrisos, cheiro de bolo, margaridas, infância, xero na bochecha, filme, chuva, grama, lágrima, amigo, caderno, conversa fiada, papo cabeça, frio, praia, fiapo, dengo, livros, alergia, alegria. Às vezes tudo isso, muitas vezes nada.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Isso aqui vai acabar virando só um lugar onde eu guardo coisas que gosto...

Best friend

sábado, 23 de maio de 2009


Como faz pra não gostar de quem você quer ter sempre por perto?


Obs: Tem muita coisa na minha cabeça ultimamente, muitas dúvidas. Escrever não é a prioridade nesse momento.

terça-feira, 19 de maio de 2009


e se todos seus sonho se realizassem?

In a cold mornig

quinta-feira, 14 de maio de 2009


Still believe.

Choose not choose

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Who needs reasons, when you've got heroin?

Celebração

quarta-feira, 6 de maio de 2009


Penteava os cabelos. Não sabia bem o que compraria para preparar o jantar de aniversário de casamento. Dez anos-pensava ela-deve ser coisa muito importante. Já sou o que chamam de mulher respeitável. A escova passava-lhe entre os fios dourados num movimento mecânico de vai e vem. Sustentava um olhar vazio.
Saiu do banheiro mal iluminado por conta da péssima fiação elétrica da casa hipotecada. "Dez anos, e um jantar para a família e amigos". Coisa íntima, abraços e congratulações. Desceu as escadas e se encaminhou para a cozinha. Foi tomar um copo d'água. Abriu a geladeira para pegar a garrafa verde e, de relance, olhou para a janela. Notou que algo tinha mudado. Havia mágica no ar. Dez anos...uma mulher decente e respeitada... notou aquilo frio, como se a tocassem com gelo por dentro. Sentiu-se tonta, quis sentar mas ficou ali parada, empalada pelo momento que se fazia durar.
Resolveu ir ao supermercado. Dez e sem filhos. Nunca entendera bem. Ela e ele não eram estéreis, muito pelo contrário, até gozavam de uma boa saúde. Consultas regulares ao médico, caminhada pela manhã. Bons alimentos e Dez anos de casamento.
Preparou um assado. Nada mais tradicional. Arrumou a casa e a si mesma. Percebeu que faltava o vinho. Não aguentou falhar. Era crepúsculo e uma mulher jazia na calçada de uma rua vulgar.

Observação

segunda-feira, 4 de maio de 2009


Borboletas só vivem duas semanas.

Ócio descritivo

domingo, 3 de maio de 2009


Às vezes me pego olhando pro nada, pensando na vida. Mas acho que essa frase está errada. Não é pensando, mas sim sentindo a vida que transborda de mim e certas vezes me invade.
Ser oca. Estar oca e não se importar em não saber sentir, não saber falar, nem muito menos
expressar aquilo de mais íntimo que há em todos nós.
Não me acho excessão, mas parte de uma equação que precisa de prós e contras sempre.
E como parte que sou, acho que me encaixo na poesia. Ver, sentir, respirar, tocar poesia. Fechar os olhos e te adivinhar com todas suas formas, métricas e rimas (sejam elas brancas ou ricas).
Desenhar detalhes em minha mente tão docemente coloridos ou no charme preto e branco.
Enfim, isso tudo se resume a estar vivo. E que bom que por mais um dia e possa dizer como é estranhamente doloroso e gratificante essa palavra: vida.

There is always hope

sábado, 2 de maio de 2009

Porque só por hoje eu me dei o direito de sorrir e fingir que o mundo vale alguma coisa...

Malz aê galere

sábado, 25 de abril de 2009

Sempre é alguma frase escrotinha ou um: o quê, mais você ainda não escutou aquela banda super foda da nova pasquitânia israelense? Um absurdo isso...
E eu sempre fico com aquela cara de tacho sem saber o quê responder a uma criatura dessas. Sério, o que se passa com certas pessoas para se acharem a elite intelectual do mundo? Por acaso estão salvando crianças ou procurando a cura do câncer?
Eu respondo sem nenhum medo de errar. Não. Eles estão preocupados em comprar o tênis new vintage da moda, ou ver um wood allen (não que seja ruim) por que é assim que eles se referem aos filmes, com o nome do diretor que é para mostrar o tanto de cinema que conhecem, e convenhamos, geralmente é escasso esse conhecimento.
Esse e em qualquer outra coisa que se propõem a falar. Mas o pseudo intelectual sempre vai ter assunto. Ele conhece tudo, mesmo que rasteiramente, para dar sua grande opinião de phd.
Humildade gente, é o que eu peço. Até pra essa que vos escreve e se acha melhor porcaria que eles...

Só um texto

segunda-feira, 20 de abril de 2009


foto: alone gut


E se eu te disser que coisas boas acontecem você acreditaria em mim? E se eu te mostrasse a alegria livre de culpa ou pesar de duas pessoas que podem novamente se olharem, ainda iria desconfiar do que eu falo?
Há tantas coisas entre o que ficou perdido e o que se omitiu que não ousaria apontar quem foi que trouxe o revolver. Nem falar de mentiras silenciadas com palavras duras e uma lágrima que, num descuido meu, caiu revelando a fragilidade da alma.
Não quero sentir o vento que a porta trouxe quando se fechou te levando, meu bem.
Acho que também não quero escrever sobre o que isso significou para mim. O que está dito está dito e não posso mais apagar.

José

domingo, 19 de abril de 2009

Olha, nem é por mim. Mas como eu digo pro maurício que você não vai mais voltar? Você sabe que ele não lida muito bem com situações de perda...

Egoísmo

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Muito prazer em desaperceber...

Carina

quarta-feira, 15 de abril de 2009

foto: alone gut

Sento-me calmamente na grama verde e fico a observar as crianças brincando ao redor do dia ensolarado. Tento capturar pequenos detalhes. Um abraço de grandes amigos que não se viam há tempos, o sorriso do bebê para um desconhecido, um casal que conversava pelos gestos. É, entre o calor das relações por mim desconhecidas, sinto aquela alegria encardida que certa mulher de alma doce já havia falado em meus sonhos.
O parque ainda se move naquela inquietação serena de fim de tarde. Eu continuo sentada na grama. Minhas mãos tocam no chão. As unhas estão pintadas de vermelho. Vou acender um cigarro. A fumaça gira indo de encontro ao céu infinitamente azul.
Fecho os olhos para sentir melhor a pulsação da vida se fazendo ao lado da loucura. Tento fazer parte desse fluxo aparentemente sem nexo. Mas já não há espaço para mim. Fui deixada para trás com objetos e palavras usadas.
Alguma coisa foi perdida e surpreendentemente achada na escuridão que meus olhos me proporcionam no fim da tarde de um dia frio.
Uma mulher e sua dor sentadas num parque onde a vida desabrochava lentamente...
Já está quase tudo escuro e vazio. Vou procurar abrigo entre uma xícara de café e uma velha música. Talvez, quem sabe, a salvação caia sobre o corpo em forma de cansaço para se fazer esquecer a dor de estar assustadoramente viva.


pronunciamento

sábado, 14 de março de 2009

sem net, mas se quiserem me esperar já já retornarei
um xeru a todos.

Famíla

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Porque aquela frase clichê tem toda razão. Amigos são irmãos que você escolheu. Se minha vida tem sorrisos e abraços, eu devo a todos que participam e se preocupam comigo. Um xero em todo mundo.

Pés descalços

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Era domingo e Estela foi para suas compras matinais. Pão, leite e ovos, um pouco de açúcar, granola e afins. Durante o trajeto para casa, ela parou pra sentar no banco da praça que a dez anos nunca tinha reparado direito. Sabe com é muito trabalho, casa para limpar, enfim. Só sei que neste domingo ela sentou no banquinho. Estava tão exausta coitada. Cansada de tudo. "Olha aquelas crianças...por que não fui mãe?" Mas Estela tinha boa vida. Funcionária pública, plano de saúde, plano dental. Isso é vida boa não é? Bom, nesse dia ela correu um pouco pela grama. Rolou e sentiu o sol penetrando pelos poros. Seria a vida desabrochando? Não. Era só uma manhã de domingo e Estela ria, enquanto a vida passava lentamente. Era domingo e uma mulher na manhã...



Para aline e por aline:
Mirella diz:
como sempre opinião sincera ta nega?
Aline diz:

Aline diz:
Não tá ruim não. Mas n gostei do final. Gostei muito do tema, do desenrrolar, mas não do final. Mas ó... tem q ter cuidado com as vírgulas. E tá faltando algumas...
Aline diz:
posso botar as pobres das vírgulas?
Mirella diz:
iuahiuahia
Mirella diz:
pode
Mirella diz:
me enrolei mesmo
Aline diz:
Era domingo e Estela foi para suas compras matinais. Pão, leite e ovos, um pouco de açúcar, granola e afins. Durante o trajeto para casa, ela parou pra sentar no banco da praça que há dez anos nunca tinha reparado direito. Sabe com é, né, muito trabalho, casa para limpar, enfim. Só sei que neste domingo ela sentou no banquinho. Estava tão eXausta, coitada. Cansada de tudo. "Olha aquelas crianças..
Aline diz:
por que não fui mãe?" Mas Estela tinha boa vida. Funcionária pública, plano de saúde, plano dental. Isso é vida boa, não é? Bom, nesse dia ela correu um pouco pela grama. Rolou e sentiu o sol penetrando pelos poros. Seria a vida desabrochando? Não. Era só uma manhã de domingo e Estela ria, enquanto a vida passava lentamente. Era domingo e uma mulher na manhã...
Aline diz:
por mim acababa em "a vida passava lentamente."... só uma opinião
Aline diz:
rsrs
Mirella diz:
pois era onde eu ia acabar
Aline diz:
ahhh... e tbm tirava o "né" da 4ª frase


P.S: valeu minha nanica que amo tanto.

So cold

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Tantas roupas para aquecer a alma. Ou será uma proteção para quem está perto de você meu amor?

Texto infame (mas eu queria escrever alguma coisa)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Ontem foi um belo dia. Não choveu. Não fez sol. Trabalhei nove horas em um relatório de 500 páginas para meu supervisor dizer que era de grandia valia. Entre burocracias e pausas para o café me veio uma dúvida... onde estaria você agora? Quando eu te disse que não queria rever fotos antigas, você fez aquela cara de "tudo bem meu amor". Até agora não entendi o porquê de rememorar momentos antigos de uma relação que ainda, ao meu ver, tem tantos detalhes bonitos pela frente. Como este agora. Onde estará você, meu bem? Pego o telefone para te dizer essas verdades, mas não precisa. Você sabe. Eu sei. É o que importa não é mesmo? Mais trabalho hoje e mais tentativas de saber pra quê diabos você queria ver o passado. Acho que virei passado. Pode ser que você tenha virado passado. Mas melancolia e nostalgia não são válvulas aconselháveis a um casal prestes a... enfim. Tenho muito trabalho pela frente, não posso pensar em nós agora.

Tristeza e papel que minha dor fala alto

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Meados de maio.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O que se sente quando olhamos o sol num domingo e simplesmente não conseguimos iluminar-mos? Fernando perguntava-se enquanto o relógio dava suas voltas costumeiras, passando minutos e segundos, talvez até horas no mesmo lugar e mudando o rumo de cada escolha. Não, não é culpa do relógio ele sabia. E Maria a espreguiçar-se lentamente, erguendo-se para nova possibilidades. Somos deuses Fernando, Pensava ela. Estamos acima do bem e do mal. Perdoados pelo domingo, foram purificar-se. Acima do bem e do mal. Curioso pensar é que todos temos essa sensação mas por acordos há muito estabelecidos, sempre mostramos sentir culpa e remorso. Maria iluminara-se e não culpava Fernando de não perceber a preciosidade da luz. Só que Maria não podia contemplar sua luminosidade. Os contratos, ela pensava. "É melhor assim, humana que sou, não mostrarei meu orgulho". Talvez fosse por medo de descobrirem seu segredo que Maria assinou também o contrato. Talvez por comodidade... Mas Fernando, ah Fernando. Quantos já não insistiram pra você também assinar? Quem sai lucrando com isso, honestamente somos todos nós. O jogo empatado assim. E a continuidade daquilo que você chama de uma vida normal. Isso é tudo por hoje. Isso é tudo até quando?

Reprise

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009


Era manhã, quase madruga e ela estava na varanda olhando o vai e vem no bairro que começava a acordar. Marina não entendia o porquê da correria, do café com pão, do beijo apressado. Pareciam zumbis. Eram Zumbis, aquelas almas que não se perguntam o sentido de acordar às seis e correr o mais rápido possível para ganhar o quê? Na verdade, marina estava confortavelmente alienada na sua própria arrogância. Deitou no sofá e tragou novamente. Novo gole e mais pensamentos soltos sobre zumbis e conceitos pré-estabelecidos. "O estado de glória de uma vida é apenas detalhe se revelando em tom maior", pensou. Aquilo servia mesmo pra quê? Marina desceu as escadas e foi andar, juntos com os seus. Junto da arrogância privada de cada Maria ou João que também eram Marina. E isso é só reprise das coisas que você está habituado a ver. Muito prazer, essa é a vida e seus personagens.

Cheiro de jambo

domingo, 4 de janeiro de 2009


Balanço devagar da hora que se arrasta entre o momento decisivo e a inércia. É naquele olhar debochado que você vive, naquela íris de cores plásticas e tons pastéis que julgas possuir o fluído doce da sabedoria. Como dizem por aí as más línguas: pobre garotinho, quanto tempo de verdade ainda faltam derramar em sua alma? Não estou falando de orgulho nem sentimentalismo. Não falo absolutamente de nada. Aliás, nunca falei nem ouvi sequer palavra límpida. Ignorem minha lucidez, eu já estou muda há muito tempo...

Why does it always rain on me?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Puro dramalhão adolescente. Obrigada a todos que fizeram meu ano um achado e procura infinita. E para aqueles que virão: sejam bem-vindos.

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