Carina

quarta-feira, 15 de abril de 2009

foto: alone gut

Sento-me calmamente na grama verde e fico a observar as crianças brincando ao redor do dia ensolarado. Tento capturar pequenos detalhes. Um abraço de grandes amigos que não se viam há tempos, o sorriso do bebê para um desconhecido, um casal que conversava pelos gestos. É, entre o calor das relações por mim desconhecidas, sinto aquela alegria encardida que certa mulher de alma doce já havia falado em meus sonhos.
O parque ainda se move naquela inquietação serena de fim de tarde. Eu continuo sentada na grama. Minhas mãos tocam no chão. As unhas estão pintadas de vermelho. Vou acender um cigarro. A fumaça gira indo de encontro ao céu infinitamente azul.
Fecho os olhos para sentir melhor a pulsação da vida se fazendo ao lado da loucura. Tento fazer parte desse fluxo aparentemente sem nexo. Mas já não há espaço para mim. Fui deixada para trás com objetos e palavras usadas.
Alguma coisa foi perdida e surpreendentemente achada na escuridão que meus olhos me proporcionam no fim da tarde de um dia frio.
Uma mulher e sua dor sentadas num parque onde a vida desabrochava lentamente...
Já está quase tudo escuro e vazio. Vou procurar abrigo entre uma xícara de café e uma velha música. Talvez, quem sabe, a salvação caia sobre o corpo em forma de cansaço para se fazer esquecer a dor de estar assustadoramente viva.


2 comentários:

daniel d'moura disse...

OI! Você voltou...que bom!

Ah...sai de la e só fui perceber que tinha cortado o cabelo depois de ler seu comentário (rs)...XERÃO pela sua volta...inté!

Germana. disse...

Oi Lella!xD
o prazer é meu!x)
e a proposito...
lindo texto!*---*
bjo,bjoo***

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