Para Teresa. (sobre dias melhores)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Postado por Mirella às 07:44 1 comentários
Nem por isso especial
domingo, 11 de julho de 2010
Já era noite agora e ele voltava para casa. Não precisava se preocupar em ficar espremido no metrô ou ônibus pois tinha seu carro, que a custo pagou todas as 24 prestações. Fechou mais uma vez a porta, se livrou da gravata, sentou em frente da janela que mostrava o céu.
Pequenos milagres anônimos.
Postado por Mirella às 11:00 1 comentários
Alice, Sofia ou Teresa
quinta-feira, 1 de julho de 2010
E o que eu posso dizer é que não precisa de muitas palavras pra sentir que ela vai ser grande um dia. Vai mudar o mundo, do seu jeito. É cordeiro em pele de lobo e é isso que impressiona. E eu espero o dia, espero o dia, espero o dia...
Postado por Mirella às 00:32 1 comentários
Vida
terça-feira, 9 de março de 2010
Essa não é uma história diferente. Não é original, como se pretende alguns escritores. Não tem uma boa trama nem personagens que vão da dor à profunda alegria em segundos. Não tem paisagens que fazem suspirar. Não tem rostos belos e olhares de ressaca. Não tem reflexões muito profundas e desejo de mudar. Não tem pôr-do-sol laranja com duas sombras se beijando. Sequer tem alguém escrevendo essas palavras, que são duras porque saem de dedos enferrujados e descuidados no que vão deixar escrito. Escrever essa história é cansativo mas eu já me entrenguei ao trabalho sujo. Quem escreve deve estar disposto a lidar com o sujo, com o não-acabado, com o deficiente. E eu já estou morta e não consigo parir esses frases. Cada tecla da máquina sussura ao meu ouvido "dói, dói, dói".Mas se morre no prazer. A história ali de cima já foi deixada de lado a certo tempo. Agora é nascer mais uma vez quando as letras me chamarem.
Postado por Mirella às 11:15 2 comentários
Sapatos vazios
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Poderia se chamar Tereza e ser médica. Teria dois filhos e viveria numa casinha verde-mar, sem jardim mas muito bonita. Poderia se casar com o júnior, um homem com o sorriso simpático. Poderia gostar de passear aos domingos e ver seu marido marcar gol. Poderia gostar de picolé de limão e filme de terror. Poderia ver sua filha dançar ballet e o menino lutar judô. Poderia ter as roupas brancas. Poderia ter uma casa de praia e uma de campo. Poderia saber sorrir nas horas certas. Só que quem poderia ser Tereza, médica, mãe de dois filhos, casada com o júnior, teve hoje uma briga com sua mãe que, mesmo sem conhecer Tereza, mandou a menina conversar com Deus.
Postado por Mirella às 01:06 1 comentários
sobre íris
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
As pessoas me falam que o olhar é muito importante. Mas sempre que elas podem, desviam.
Postado por Mirella às 22:36 1 comentários
Vontade ou como deve se portar uma dama.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Ana estava sentada. Olhava os carros passando apressados pela rua estreita. Já era quase noite e uma brisa fria tocava-lhe, acariciando o rosto. Era mais que isso, refrescava seus pensamentos e abrandava o coração. Queria ser corajosa como aquelas mulheres tão a frente de seu tempo. Queria falar algumas verdades para quem merecia. Como o seu pai, por exemplo. Um senhor tão cheio de si, cheirava a madeira. Tinha uma alma visivelmente empertigada.
“Mas como é tolo, homem! Que adianta se achar perfeito?” Gritaria se pudesse. Já podia até ver a confusão na sua casa. A mãe desmaiaria, com certeza. As irmãs ficariam horrorizadas. E no meio disso tudo estaria Ana, num transe quase que sublime. Estava tão mergulhada em seus pensamentos que não ouviu a mãe pedindo que fosse se lavar para sentar-se à mesa.
Subiu as escadas em direção ao banheiro. Olhou-se bem no espelho. Era tão sem cor que quase ninguém a reparava. Aprontou-se e desceu mais uma vez. Ao redor da mesa via aquelas pessoas que faziam parte do seu cotidiano, mas que lhe eram totalmente estranhas. Teve vontade gritar verdades sobre as irmãs, sobre a mãe, uma senhora fraca que tudo que fazia era se lamentar por tudo. Mais uma vez calou-se. Perdeu o apetite, desculpou-se e se retirou. Subiu para o quarto. Era tão vazio. Reteve uma lágrima muda.
Pensou que seria mesmo ingênua demais, como seus pais sempre diziam. Achou melhor não pensar mais em verdade. Engoliu seco o que ela chamava de vontade. Depois disso, todos viam Ana sorrindo.
Postado por Mirella às 19:30 1 comentários